Uma Nova Perspectiva para a Cultura e Tecnologia
A Zona Viva de Cultura e Tecnologia (ZVCT) surgiu de um anseio profundo: reaproximar o Estado dos seus cidadãos e do território que eles habitam e moldam a cada dia. O conceito, que tomou forma em 2022, nasceu da luta do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da comunidade do Residencial José Euclides, situado no Jangurussu, um símbolo de resistência em Fortaleza.
Foi nesse local emblemático que o projeto-piloto do programa Zona Viva foi implementado. Hoje, o programa já opera em cinco unidades na capital cearense, focando na inclusão social, no desenvolvimento humano e na prevenção da violência entre jovens em áreas urbanas vulneráveis.
Leia também: Tarifa Zero para Transporte: Uma Proposta de Inclusão Social de Paulo Paim
Fonte: omanauense.com.br
Leia também: 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia Atrai 12 Mil Estudantes em Brasília
Fonte: triangulodeminas.com.br
Após intensas interações com coletivos culturais e pesquisadores, foi possível nutrir o sonho de transformar a vivência nas periferias em uma política pública — dinâmica, inclusiva e próxima da realidade da população. Com base nessa experiência coletiva, apresentei na Assembleia Legislativa do Ceará um Projeto de Indicação de Lei que visa institucionalizar o Zona Viva como política pública de Estado.
A proposta abrange a implementação de centros dedicados à cultura, tecnologia e cidadania em áreas urbanas vulneráveis, promovendo formação, inclusão digital, geração de renda e prevenção à violência.
Mais do que simples estruturas físicas, o objetivo do Zona Viva é atuar como um poderoso instrumento de transformação social.
Leia também: Exposição Celebrando a Diversidade Maranhense no Centro de Cultura Domingos Vieira Filho
Fonte: soudesaoluis.com.br
A Inovação na Abordagem Territorial
A verdadeira inovação está longe de se restringir à construção física das unidades. Ela reside na concepção de território como um espaço repleto de potencial — um lugar que abriga vínculos, afetos, conflitos e criatividade. A Zona Viva não apenas reconhece a existência de grupos culturais, redes juvenis e iniciativas comunitárias, mas também se compromete a criar condições que favoreçam o florescimento dessas iniciativas, fortalecendo a autonomia, o pertencimento, a identidade e a dignidade dos cidadãos.
Cada unidade do programa deve englobar quatro eixos fundamentais: cultura e memória; tecnologia e inclusão digital; qualificação profissional e empreendedorismo; cidadania e direitos. A gestão desses espaços será compartilhada com a comunidade, sendo coordenada por um conselho intersetorial que reúne representantes do Estado, instituições educacionais e a sociedade civil, promovendo um modelo que valoriza a participação popular e a transparência.
A Importância da Consolidação da Zona Viva
Consolidar a Zona Viva como uma política pública de Estado é um passo crucial para garantir a sustentabilidade e a expansão de uma ação que tem suas raízes nas comunidades. Ao fazer isso, reconhece-se que cultura é também uma questão de segurança, que a juventude representa o futuro e que a tecnologia é parte essencial da cidadania. Este projeto, portanto, não é apenas uma resposta a demandas imediatas, mas uma visão de longo prazo, que busca transformar a sociedade a partir de suas bases, fazendo ecoar a voz dos que, muitas vezes, são silenciados.
